quinta-feira, 1 de agosto de 2013

V/H/S

Publicado originalmente em http://celulainvisivel.blogspot.com.br

VHS é um projeto muito bacana que começou no ano passado,e já ganhou uma sequencia este ano. Vou comentar um pouco de cada segmento dentro do filme,e no caminho, explico a estrutura dele.




Tape 56 - É o fio condutor de toda história, onde somos apresentados a um grupo de amigos que andam por aí, quebrando carros, depredando casas, e atacando mulheres em plena rua, pra filmar os peitos delas. Esse grupo de gênios da espécie, gravam todas as suas ações com câmeras de mão, e é assim, nesse estilo "Bruxa de Blair" que todos os segmentos do filme são apresentados. Nossos intrépidos agentes da imbecilidade são contatados por alguém. para ir até uma casa e encontrar uma fita VHS, mas chegando lá, eles encontram centenas de fitas (e o cadáver de um velho), cada fita que eles assistem, é um dos curtas que vemos dentro do filme. No intervalo de um curta e outro, vemos que a situação começa a sair do controle. Não é um filme ruim, consegue se manter coeso, mesmo sendo "recortado" pelos outros segmentos, mas tem um final muito aberto, o que me desapontou um pouco.

esse bigode diz que você precisa morrer
Amateur Night - Outro grupo de babacas (o mundo é mesmo cheio deles) tem a brilhante ideia de arranjar algumas piranhas, transar com elas e filmar tudo usando uma micro câmera escondida em um óculos (maldita internet e seus produtos feitos para o mal). Eles vão até um bar, e encontram as vítimas perfeitas, uma irlandesa bêbada e uma mina muito esquisita que faz "Carrie, a Estranha" parecer "Carrie, a garota popular". O que se desenrola à partir daí é meio óbvio (dica: sangue, tripas e lágrimas), mas o final compensa com um último susto bem bacana.



Second Honeymoon - Acho que esse é o mais "incompreendido" dos segmentos, ele é um pouco mais lento, e talvez tenha um final menos mirabolante e sangrento que os outros, mas ainda assim é totalmente calcado na realidade, e te faz pensar que coisas horríveis podem acontecer com pessoas normais. Na trama, uma mulher filma sua viagem com o marido, mas de noite, quando eles dormem, alguém mais usa a câmera, e começa manipular o casal. O ritmo da narrativa é mesmo lento, mas acho que me "tocou", por que eu tenho uma certa paranoia com esse conceito de "tem mais alguém na casa".



Tuesday, the 17th - Três amigos vão para o meio de uma floresta completamente sinistra, quando chegam lá, a menina que convidou eles, conta que o lugar foi cenário de vários assassinatos, e que todos eles vão morrer. Em alguns momentos, a câmera  captura flashes, e mostra corpos espalhados pelo mato, um recurso que ficou bem bacana. O filme SERIA uma bela reinvenção do estilo slasher, se focasse um pouco mais na história pregressa do lugar, e na origem do vilão, que por algum motivo, aparece sempre como uma distorção, nunca sendo realmente mostrado no vídeo.


That Sick Thing That Happened With Emily When She Was Young - Sim, é um nome grande, eu sei. O que mais chama atenção nesse curta, é o formato, diferente da maioria, que são gravados com uma câmera de mão, esse é mostrado todo através de uma conversa no skype. Emily mora longe do namorado, mas precisa contar com a ajuda dele quando descobre que a casa onde mora é assombrada por fantasmas de crianças. Só vamos deixar uma coisa clara: O plot twist desse curta vai te pegar pelos culhões. É o meu favorito, com certeza.




10/31/98 - Quatro caras tentando encontrar uma festa de Dia das Bruxas em uma vizinhança desconhecida, acabam entrando no lugar errado e as leias da física e do bom gosto começam a derreter ao redor deles. O final perde o crédito por usar uma saída um pouco cretina, mas o desenrolar do episódio é quase todo muito bom. E tem que se admitir a coragem dos diretores, de em mais de um momento fazer o horror flertar com a comédia.



No geral, VHS é um exemplo de como o cinema de horror vem se renovando, buscando apoio em artistas indies, já que o mainstream só trata de repetir infinitamente as fórmulas fáceis de "exorcismo/jogos mortais/o chamado". A minha maior reclamação seria com o grande número de perguntas que cada curta deixa em aberto, mas ao mesmo tempo, eu sei que é exatamente esse mistério que torna eles memoráveis. E a cereja do bolo desse filme é: Muitos peitinhos.


VHS é uma ótima fonte de inspiração pra qualquer mestre de horror, e em breve posto uma ideia que tive, levemente baseada em um desses segmentos. 

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