Publicado originalmente em http://celulainvisivel.blogspot.com.br
VHS é um projeto muito bacana que começou no
ano passado,e já ganhou uma sequencia este ano. Vou comentar um pouco de
cada segmento dentro do filme,e no caminho, explico a estrutura dele.
Tape
56 - É o fio condutor de toda história, onde somos apresentados a um
grupo de amigos que andam por aí, quebrando carros, depredando casas, e
atacando mulheres em plena rua, pra filmar os peitos delas. Esse grupo
de gênios da espécie, gravam todas as suas ações com câmeras de mão, e é
assim, nesse estilo "Bruxa de Blair" que todos os segmentos do filme
são apresentados. Nossos intrépidos agentes da imbecilidade são
contatados por alguém. para ir até uma casa e encontrar uma fita VHS,
mas chegando lá, eles encontram centenas de fitas (e o cadáver de um
velho), cada fita que eles assistem, é um dos curtas que vemos dentro do
filme. No intervalo de um curta e outro, vemos que a situação começa a
sair do controle. Não é um filme ruim, consegue se manter coeso, mesmo
sendo "recortado" pelos outros segmentos, mas tem um final muito aberto,
o que me desapontou um pouco.
esse bigode diz que você precisa morrer |
Amateur
Night - Outro grupo de babacas (o mundo é mesmo cheio deles) tem a
brilhante ideia de arranjar algumas piranhas, transar com elas e filmar
tudo usando uma micro câmera escondida em um óculos (maldita internet e
seus produtos feitos para o mal). Eles vão até um bar, e encontram as
vítimas perfeitas, uma irlandesa bêbada e uma mina muito esquisita que
faz "Carrie, a Estranha" parecer "Carrie, a garota popular". O que se
desenrola à partir daí é meio óbvio (dica: sangue, tripas e lágrimas),
mas o final compensa com um último susto bem bacana.
Second
Honeymoon - Acho que esse é o mais "incompreendido" dos segmentos, ele é
um pouco mais lento, e talvez tenha um final menos mirabolante e
sangrento que os outros, mas ainda assim é totalmente calcado na
realidade, e te faz pensar que coisas horríveis podem acontecer com
pessoas normais. Na trama, uma mulher filma sua viagem com o marido, mas
de noite, quando eles dormem, alguém mais usa a câmera, e começa
manipular o casal. O ritmo da narrativa é mesmo lento, mas acho que me
"tocou", por que eu tenho uma certa paranoia com esse conceito de "tem
mais alguém na casa".
Tuesday,
the 17th - Três amigos vão para o meio de uma floresta completamente
sinistra, quando chegam lá, a menina que convidou eles, conta que o
lugar foi cenário de vários assassinatos, e que todos eles vão morrer.
Em alguns momentos, a câmera captura flashes, e mostra corpos
espalhados pelo mato, um recurso que ficou bem bacana. O filme SERIA uma
bela reinvenção do estilo slasher, se focasse um pouco mais na história
pregressa do lugar, e na origem do vilão, que por algum motivo, aparece
sempre como uma distorção, nunca sendo realmente mostrado no vídeo.
That
Sick Thing That Happened With Emily When She Was Young - Sim, é um nome
grande, eu sei. O que mais chama atenção nesse curta, é o formato,
diferente da maioria, que são gravados com uma câmera de mão, esse é
mostrado todo através de uma conversa no skype. Emily mora longe do
namorado, mas precisa contar com a ajuda dele quando descobre que a casa
onde mora é assombrada por fantasmas de crianças. Só vamos deixar uma
coisa clara: O plot twist desse curta vai te pegar pelos culhões. É o
meu favorito, com certeza.
10/31/98
- Quatro caras tentando encontrar uma festa de Dia das Bruxas em uma
vizinhança desconhecida, acabam entrando no lugar errado e as leias da
física e do bom gosto começam a derreter ao redor deles. O final perde o
crédito por usar uma saída um pouco cretina, mas o desenrolar do
episódio é quase todo muito bom. E tem que se admitir a coragem dos
diretores, de em mais de um momento fazer o horror flertar com a
comédia.
No
geral, VHS é um exemplo de como o cinema de horror vem se renovando,
buscando apoio em artistas indies, já que o mainstream só trata de
repetir infinitamente as fórmulas fáceis de "exorcismo/jogos mortais/o
chamado". A minha maior reclamação seria com o grande número de
perguntas que cada curta deixa em aberto, mas ao mesmo tempo, eu sei que
é exatamente esse mistério que torna eles memoráveis. E a cereja do
bolo desse filme é: Muitos peitinhos.
VHS é uma ótima fonte de inspiração pra qualquer mestre de horror, e em breve posto uma ideia que tive, levemente baseada em um desses segmentos.
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